terça-feira, 20 de outubro de 2009

32 planetas descobertos por equipa com um português


A descoberta de 32 novos planetas extra-solares foi hoje anunciada por uma equipa internacional de investigadores, da qual faz parte o português Nuno Cardoso Santos do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP).
O anúncio foi feito no âmbito de um colóquio/apresentação na qual participaram vários jornalistas internacionais por vídeo-conferência - realizado no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garret, no Porto .
Nuno Cardoso Santos, que também é professor afiliado na da faculdade de ciÊncias da Universidade do Porto, disse que se trata " da descoberta de 32 planetas extra-solares a orbitar outras estrelas" e que com esta inovação ultrapassou-se "a barreira dos 400 planetas" identificados.
Esta descoberta aconteceu no âmbito do projecto HARPS, um " instrumento único com um espectógrafo de alta precisão construído para procurar planetas semelhantes à Terra", que está instalado num telescópio da ESO - Observatório Europeu do Sul - em La Silla, Chile.
O investigador português explicou que esta técnica utilizada pelo HARPS nesta procura, salientando que "não é só o planeta que orbita a estrela mas também a estrela que orbita o planeta" e que por isso a estrela " vai oscilar no céu, umas vezes afastando-se de nós, outras aproxima-se".
"A velocidade da estrela vai variar periodicamente se ela tiver um planeta em sua órbita", concluiu Nuno Cardoso Santos que alcarou que é através da medição desta velocidade que se pode detectar novos planetas.
"Estamos a dar passos muito importantes na participação num consórcio que vai construir um novo instrumento - Espresso - que significa um salto qualitativo e vai permitir descobrir outros planetas habitáveis, parecidos com a Terra, a orbitar estrelas parecidas com o Sol", sustentou o investigador português que avançou com 2014 como a data em que este novo projecto estará pronto.
Stéphene Udry, do observatório de Genebra, disse estar convencido que " que há vida noutros planetas" e que uma boa aproximação a esta teoria seria "encontrar vestígios de vida na atmosfera dos planetas detectados".
Para isso serão necessários "enormes telescópios, provavelmente no espaço", sendo este um processo que "demorará pelo menos 20 anos , para ter o projecto aceite, conseguir dineiro, construir e mandar os telescópios para o espaço".
in "diário de notícias" 20-10-2009